quinta-feira, 7 de abril de 2011

Como o dia começou...

        Hoje acordei com uma notíca aterradora... Um homem invadiu uma escola e atirou em diversos alunos, matando 11 e ferindo vários... 

        Para mim, não foi apenas mais um caso de massacre na televisão, porque tem uma conotação pessoal na minha vida. Primeiro, porque praticamente morei em Realengo por quase um ano, durante o ano de 2010, conhecia o colégio... E segundo, porque o local onde as vítimas foram levadas é onde eu trabalho... o Hospital Albert Schweitzer. Fui para lá no ano passado, transferida após o incêndio do Hospital Pedro II em Santa Cruz, onde eu trabalhava. Nesse hospital, eu era enfermeira assistencial do Trauma, atividade que eu amo fazer. Já no Albert, fui colocada no CTI, um setor com o qual eu não estava familiarizada e não gostava muito. Estou lá ainda, no CTI, não havia tido coragem de pedir transferência para a Emergência. Mas depois de hoje, do que vi na televisão e ao imaginar tudo o que acontecia naquela emergência, pois essa foi minha rotina por muito tempo; tive certeza de que lá é meu lugar. Não que o CTI seja pior ou melhor, ou que a assistência prestada nele seja menos ou mais importante. Mas bateu aquela vontade de estar lá, de estar ajudando, de estar fazendo o meu melhor, o que eu sei fazer bem, por aquelas crianças e aquelas famílias. A coragem veio e ficou. Semana que vem, no meu dia de trabalho, vou conversar com a chefia. Quero voltar para a minha paixão, a Emergência. Local onde muito consideram o "inferno", mas que é onde a vida das pessoas fica, literalmente, em nossas mãos, e onde os profissionais tem que saber lidar com as tragédias diárias. 
         Meus sentimentos pelas famílias, pelas crianças, que sofreram e vão continuar sofrendo por um bom tempo, pois uma trágedia como essa (que nós só víamos na TV e bem longe de nós), vai ficar marcada a ferro nos corações de todos. E por todos os brasileiros também, pois, até mesmo quem está acostumado com as cenas de violência diárias do Rio e de outros locais, com certeza estão sofrendo e chocados com uma coisa como essa.

        Que as crianças que partiram sejam recebidas nos braços benevolentes de Jesus e suas famílias recebam as bençãos de Deus, nosso Pai, para superar e continuar lutando e seguindo em frente; pois ele nunca nos abandona e está sempre ao nosso lado, independente de nossas crenças e religiões ou de nomes.

        Quanto ao rapaz que tirou tantas vidas inocentes, que Deus também tenha piedade dele, e que onde ele estiver, que as falanges Divinas auxiliem esse espírito doente, para que ele tenha possibilidade de evoluir, se arrepender e encontrar a Luz...


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